quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Vem, menino sereno,
Do sorriso pequeno
Dono do meu olhar

Vem, pra beira do Rio
Me traz o arrepio
Me leva pro mar
Vem, menino vistoso
Cante um Caetano Veloso
Vem, pra me esquentar

Seus olhos, superfícies estranhas
Duas amêndoas, castanhas
Que eu quero saborear

Vem, menino inseguro
Do beijo maduro
Que eu quero beijar

Vem, rapaz tão vadio
Me traz seu vazio
Me deixa completar

Vem, menino das palavras tão tensas,
De formas intensas
Sem medo de gaguejar

Vem, menino, meu amado
Do beijo bem molhado
Que eu quero beijar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Não sei
E é difícil de saber
Se alguém, realmente, sabe o que quer
Não sei
E é difícil de dizer
Se eu estou me perdendo por um desejo qualquer
Não preciso de drogas, nem nenhum entorpecente
Entender minhas confusões é normal
Não preciso estar lúcida para estar ciente
De que o que eu passo não é completamente pessoal
Não sei
Mas, agora, quero me explicar
E te contar as loucuras, em mim, alojadas
Não sei
Mas acho que me perdi em algum lugar
Um universo chamado "eu" e jamais serei encontrada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Você


Vou deixar você entrar
pra ter certeza de que tudo vai mudar
De que tudo vai se colorir
pra saber que o tempo vai abrir

Vou deixar você me ver,
enxergar a certeza do seu ser
Deixar teu olhar encontrar o meu
e o meu beijo se perder no seu

Quero ver  nossos rostos se perderem
nossos corpos se confundirem
Fazer todo tempo ser um só
Permitir que nos demos um nó

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ei, você! 
Me dá um cigarro
Me faz esquecer
O que a vida me cobra caro.

Me dá mais um gole,
Mas não me deixe exagerar
Se eu mudar minhas feições
Simplesmente me deixe chorar

Deixa eu sentir uma lágrima
Que desce quente em meu rosto
Deixa eu aprender um sorriso
e me esquecer de desgosto
 
Ei, Vida!
Não me consuma
Não antes de eu consumir o que você tem a me oferecer
Pelo menos me ensine
Que com meus erros
Uma hora eu vou aprender.


domingo, 12 de junho de 2011


Eu sinto falta de todo beijo que tem um gosto diferente. De todo toque sincero e espontâneo, de todas as brincadeiras que a vida faz comigo. Sinto falta de todo olhar trocado com alguém que vai lhe retribuir de forma recíproca.

Sinto falta de me ter acomodada em alguém, de dar gargalhadas por uma coisa boba, de sentir frio na barriga.

Eu sei que essa dorzinha que vai e volta é só um vento. Não temos como vê-lo, mas sentimos.

Essa dorzinha que nos faz sonhar, que nos faz pensar, agir, essa dorzinha que, por muitas vezes, nos faz sorrir e chorar.

Essa dor incomoda, mas também, faz cócegas no nosso coração. Pois, por mais que tentamos mexer nela, ela dá seu jeitinho de voltar.

Essa dorzinha que nos faz falar sinceramente, nos ensina a ser entregues e arriscar. Nos ensina a ser mais fortes, a enxergar as coisas com mais clareza. Nos ensina a amadurecer e amadurecer nossos pensamentos e, é claro, nossos sentimentos.

Ela nos faz ouvir músicas, nos faz escrever, nos faz comer mais, ou menos.

Assim como a mudança de tempo, essa dorzinha é inconstante. E, ninguém na face da terra consegue prever sua intensidade. É, afinal, uma incógnita, nos deixa angustiados, mas eu nunca vi ninguém reclamar por já tê-lo sentida.

terça-feira, 10 de maio de 2011

tem horas que eu descubro que eu sou pesada pras minhas costas
tem horas que eu não quero ver, ouvir, nem falar nada.
só fugir. só fugir.
e tentar me encontrar aonde menos quero,
aonde menos espero
pra poder fechar meus olhos  e sentir
que não adianta derramar lágrimas,
não adianta tentar ser o que eu não quero ser.
eu sorrio mesmo assim
dou gargalhadas depois.
fico feliz e triste ao mesmo tempo
sinto o mau hálito da minha indiferença,
mas, não ligo.
minha indiferença é meu porto seguro, tem horas.
não roo mais as unhas
nem isso me acalanta mais.
tem horas que eu vejo que meus erros me fazem
poe uma peça que faltava em mim.
acredito que, como todo mundo,
eu não tenho fim.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vermelho

'No seu baralho, eu me embaralho
Atravesso seus braços e tento me conter
Em seus lábios eu vou dissolver
O que eu acho que é desejo

Não dá pra não sentir
Sua imensidão de olhar
E, mesmo querendo não gostar,
Você se rende ao 'se entregar'

Minha maquiagem já se foi
Minha saliva já não basta
E, num suspiro repentino, você afasta
Toda a sua delicadeza

Seu movimento, por inteiro
É envolvente e desregulado,
Mas, mesmo se sentindo envenenado,
Não se cansa de se envenenar

É como se fosse um vício, uma droga
Uma mistura de ânsia e amor
Que adormece e, controla,
Uma possível dor.'

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dor

Certas dores me inspiram.
A dor de ver o mar alaranjar
Numa quente tarde de sol
A dor de cantar quando estou triste
De chorar quando estou feliz
De caminhar sem rumo, quando quero
De sentir a chuva e me arrepiar
A dor de olhar fundo nos olhos de alguém
E enxergar sinceridade
A dor de um desabafo com minha mãe
De dizer o que sinto, sem medo
A dor de vomitar verdades necessárias
De sorrir em conjunto
A dor de escrever sobre a dor de ser assim.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tento fugir, mas, sempre que consigo uma distância, algo acontece.
Sempre que o alívio chega e se acomoda, vem algo pra ocupar seu lugar.
Eu não quero inimigos. Estou fazendo do tempo e do acaso meus aliados. Apenas deixo as coisas fluírem, acontecerem.
Se tiver que sentir dor, que eu sinta.
Se tiver que mudar, que eu mude.
Se tiver que deixar passar, que eu deixe.
Se tiver que esquecer, que eu esqueça.
Se tiver que aceitar, que eu aceite.
Estou me entregando e me permitindo ao destino.

domingo, 20 de março de 2011

Silêncio

Silêncio.
É só isso o que eu sou.
É só o que tenho tido de uns tempos pra cá.
Brancos, vazios, indiferenças.
Coisas, às vezes, necessárias
Que plantei em dúvida, mas colhi sem medo de errar.
Entendimento.
É só isso que eu quero.
É só isso que eu procuro pra tentar melhorar.
Silêncio.
É só isso que eu prezo, é somente o que eu quero,
Para que, enfim, eu possa gritar.

quarta-feira, 16 de março de 2011


Eu não sabia mais o que se passava pela cabeça dele. Não dava pra saber. Suas atitudes sempre foram meio misteriosas. Apesar de seus sorrisos e gestos sempre me parecerem bem verdadeiros.
Tenho que acreditar. Tenho que seguir.
Engraçado. As coisas podiam começar a parecer indiferentes, mas um choro, um soluço ainda estava engasgado.
Eu não sabia se devia liberar isso.

Eu travei uma guerra com meus olhos e ouvidos. 
O que eu não quis mais ouvir, ver, eu não ouvia mais, não via mais. E não mais media as minhas palavras.
Essa era a minha angústia. Procurar desesperadamente um alívio pra esse vazio.  Procurar ocupar minha cabeça com outras coisas banais, mesmo sabendo que eu não o conseguiria fazer.

Eu olho pra ele e não sei o que vejo.
Seus olhos escuros me sugam pra uma imensidão de prazeres, mas, ao mesmo tempo, uma imensidão de dúvidas que me transformam de modo inexplicável.
Sentir suas mãos em meu cabelo, enquanto seus lábios me tocam e me beijam, me conduzindo para outra dimensão. A dimensão do ser pelo qual eu me apaixonara loucamente e, não sabia se isso era real.
A falta que ele me faz é estranha.

Me perco em todos os abraços, beijos e olhares sinceros que busco, enquanto não posso tê-lo de novo.
Isso está me fazendo um pouco mal, mas eu sei esperar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Eu já chorei por causa de homem
Já briguei por causa de brinquedo
Me senti mal por contar mentira
Me senti bem por descobrir segredos
Roí unhas quando não precisei
Já chorei porque não me encontrava
Cantei pra desabafar minha dor
Já ri para o quê me afrontava.