terça-feira, 28 de setembro de 2010

Você

Eu quero você nos dias frios
Quero você nos dias quentes
Passar as mãos pelo teu rosto, teu corpo
Invada minha mente
Mergulhe nos meus braços,
Nade nos meus beijos
Decifro os seus olhares
Descubro os seus desejos
Aí, nós vamos delirar
Seu gosto ainda está na minha boca
Seu cheiro ainda está no meu travesseiro
E mesmo não estando aqui,
Nos meus pensamentos, você permanece inteiro.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mas de vez em quando até que é interessante e engraçado acordar e ver as pessoas dormindo, tão chapadas quanto você, muitas vezes, só com as roupas íntimas.
Pior que isso, é só olhar no espelho enquanto você faz xixi e ver sua cara de panda, toda borrada pelo lápis de olho e o rímel.
Daí, você vai até a sala, numa busca desesperada e cansativa pela sua bolsa, pra pegar um cigarro. Logo, chega outro ser, (que ressuscitou, assim como você), morrendo de fome. Louco por um biscoito recheado ou um hambúrguer. Loucos.
Vocês trocam meia dúzia de palavras e, mesmo que nunca tenham estado naquela casa antes (mas vocês conheceram o dono dela há cerca de 7 horas), abrem a geladeira e começam a futucar algo pra comer.
E sempre tem alguém que surge do nada correndo pro banheiro, numa puta duma ressaca, pra vomitar a vida.
A casa fede a cigarro e vodka. Tá todo mundo muito louco. Você tem que ir pra casa dar uma satisfação pros seus pais, mas mesmo assim você pára e pensa: “A vida que eu sempre quis!”.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Eu me sinto diferente. É como se algo crescesse dentro de mim.
Não dá pra explicar o que é isso.
Parace que eu não posso ser tocada, parece que eu não sou vista, nem ouvida.
Não consigo dizer. Não é algo se se possa dizer, é algo que eu sinto, que eu prendo, que eu guardo só pra mim, como se isso fosse me fazer melhor. Mas não me faz.
Talvez eu só faça isso para que essa coisa não calhe a crescer dentro de ninguém.
Me encontro em uma espécie de desespero.
Acho que pra não ferir o que me rodeia, eu me firo um pouquinho mais a cada dia que passa.
Guardar todos os meus maus sentimentos pra mim está sendo uma indigestão, mas, se for necessário fazer isso pra não angustiar outra pessoa, ou outras, eu me angustio sozinha.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Bons Tratos

O que te faz sentir menos menosprezado
Procura uma onda nova pra se libertar
O que te faz lembrar em um piscar de olhos
Joga conversa fora, pois não tem nada pra falar

Se você pensa que é normal, volte ao teu passado
E não tente reviver
Se você pensa que é assim, volte ao amanhã
E me diga se vai chover

Sonhando em seus sonhos, em sabotagens emocionais
Não tinha mais imagem, seus traços estavam desproporcionais
Fugia da sombra, e dos bons tratos anônimos
Que recebia ás vezes de seus supostos antônimos
Debaixo de cobertores listrados
Revirava-se sem sono
Logo vendo a qual ponto seu futuro seria insano

Suas realidades eram diferentes
De uma onda nova pra se libertar
O que me faz lembrar em um piscar de olhos
Que não existe carisma pra te cumprimentar

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desculpa

Me desculpe
Mas não consigo deixar de ver
A cor do seu arrependimento
Me perdoe, então
Se não dá mais
Pra camuflar todo esse pensamento
Ouço de longe as coisas que fala
Sinto de longe o cheiro da sua mentira
Mente calado, mente olhando
E mente mais dizendo que não pira
Me desculpe
Se não dá pra esquecer
Todo aquele nojo que eu sinto
Perdoe-me, então
Se eu quero gritar
Acha que eu não sei de nada
Mas você não sabe um quinto
Sinto de longe o odor da sua falha
Ouço de longe as coisas que fala
Com coisas inúteis você retalha
O que eu não quis dizer
Me desculpe
Se eu não pude deixar de ver
A cor do seu arrependimento
Me perdoe, por favor
Se eu destruí aquilo que nós chamávamos de sentimento.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eu Vejo

Eu vejo as pessoas tentando implorar
Vejo crianças se pondo a chamar
Por alguém que respeite decisões
Pra todos aqueles que não querem sentir
Pra todos que não querem mais agir
Tentar mudar, agora, não faz mais mal
Frase tão irracional

Eu vejo as ruas cheias e vazias
Vejo humanos que não perdem suas manias
Por alguém que respeite uma ilusão
Pra todos aqueles que não aceitam um não
Que não querem dar a mão
Tentar mudar, agora, tudo o que é banal
Frase tão irracional

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desejo

Ele morava longe, logo eles se comunicavam mais por cartas.
Poucas vezes conseguiam se encontrar, mas quando o via faíscas saíam de seus olhos. Era como se ele fosse o único ou o mais belo do mundo. Como se, realmente, não existisse mais ninguém em que ela pudesse pensar, ou desejar.
Não, não era isso tudo. Havia um desejo, sim. Mas, seu orgulho de jovem mulher a impedia de revelar todas as suas sensações.
Na verdade, acho que se ele estivesse disposto a compartilhar uma vida ao lado dela, ela abriria mão de muita coisa e iria ao encontro de seu... Seu... Homem. Não digo amado, por que ela não o ama. Não, ela não o ama. Nem ele a amava. Se amava, nunca admitiu ou, ao menos, demosntrou.
Em todas as cartas, ambos eram bem categóricos no que queriam. Eles se desejavam, sim, mas acho que era muma coisa mais carnal, mais de pele mesmo. Quem sabe isso mudasse, se eles passassem a se ver com mais frequência.
Ele era casado. Ela não se sentia mal por isso, não mesmo. Mas depois de parar pra pensar, viu que isso não a levaria a nada.
As cartas de resposta dele eram sempre mais secas que as dela. Eram sempre mais limpas, digamos assim. E, com isso, ele fazia a cabeça dela transbordar em dúvidas.
Continuar ou não? Ele quer ou não? Tinha sempre um "Ou não" depois. E isso acabava com ela, pois mesmo não o amando, o desejo era forte, a vontade de sentir o cheiro dele, de tocar suas costas era enorme. E além disso, tinha a saudade das noites que passavam juntos, trocando bobagens, olhando estrelas e outras coisas mais.
E assim, eles pararam de se ver.
As cartas continuaram por alguns meses, até o momento em que ela resolveu que não ia mais ser um objeto de desejo. Mudou sua vida. Ela tinha que ser O Desejo.